A Grécia é considerada o berço da civilização, de onde
surgiram os principais pensadores e filósofos que influenciaram não só a
maneira de se pensar em educação, mas todas as demais ciências. Os principais
representantes foram Sócrates, Platão e Aristóteles. Na Grécia, as crianças
vivam sua primeira infância com a família, assistidas pela mão e submetida à
autoridade do pai. Havia duas correntes de pensamento para definir o que seria
a educação ideal do indivíduo. Os espartanos defendiam que o homem deveria ser
o resultado do culto ao corpo. Os adolescentes eram treinados para combater
através de competições e jogos com disco , dardo, arco, carros , onde força,
astúcia e inteligência deveriam sempre estar juntas. Para os atenienses, o
indivíduo deveria falar bem, ser racional, saber argumentar e defender seus
direitos. Com a criação do alfabeto iônico, totalmente fonético, toda a Grécia
teve grande florescimento no campo da poesia e teatro, história e filosofia. A
educação ateniense propõe uma idéia harmônica que inspira o processo educativo
ligada ao crescimento da personalidade e humanidade do jovem.
Os sofistas, precursores dos professores modernos, eram
mestres que viajavam de cidade em cidade e cobravam taxas para oferecer
educação. Eram professores de retórica e foram os primeiros advogados a
existir, pois cobravam do seu cliente para fazer a sua defesa.
As escolas romanas foram organizadas segundo o modelo grego,
destinadas a dar uma formação gramatical e retórica, ligada à língua grega.
Muito depois foi fundada uma escola retórica latina que reconhecia a literatura
e a língua dos romanos. Por muito tempo o texto base da educação romana foi o
das doze tábuas, escrito no bronze e exposto publicamente no fórum para que
todos pudessem ver (Cambi, p 105, 2001)
Da escola romana surgiram muitos conceitos e práticas que
influenciaram a escola moderna e que percebemos grandes semelhanças em nosso
sistema de ensino. As escolas eram divididas em três graus: elementares ou
litterator, dirigidas pelo ludi magister (daí o termo magistério) que era o
professor. Era destinada a educação primária: ler, escrever, calcular. As
crianças passavam boa parte do dia na escola e eram submetidas à rigorosa
disciplina do magister. Depois se passava para a escola secundária onde
aprendia-se a cultura em suas diversas formas: gramática , música , geometria,
astronomia, literatura e oratória. Por fim, as escolas de retórica, onde tinham
a política e a filosofia com base. Podemos perceber no sistema romano
semelhanças ao sistema escolar que conhecemos. Os três graus da escola romana,
ou seja, primário, secundário e as escolas de retórica se assemelham ao
primário (atual ensino fundamental ciclo I), ginásio (atual ensino fundamental
ciclo II) e colegial (atual ensino médio) em sua estrutura. Não é possível
fazer uma comparação direta, mas é evidente que as bases da escola, como a que
conhecemos hoje, encontram suas origens, em grande parte, no sistema romano.
Claro que , com relação ao conteúdo , as áreas do conhecimento são muito mais
amplas atualmente.
Na idade média, podemos colocar como ponto de partida a
doutrina católica. A escola funcionava em estreita relação com a igreja, com a
fé cristã. Segundo Cambi, (2001, p 121) “o advento do cristianismo operou
uma profunda revolução no mundo antigo, talvez a mais profunda que o mundo
ocidental tenha conhecido”.
PRINCIPAIS PENSADORES QUE
INFLUENCIARAM A EDUCAÇÃO
No campo da educação, as teorias surgem e ressurgem, as
experiências se sucedem, mas muitas idéias ainda permanecem, mesmo que de
maneira parcial, influenciando novas práticas. O grande filósofo Sócrates,
apesar de não ter deixado uma linha escrita , suas idéias tiveram enorme
impacto no mundo ocidental. Suas influências na educação são marcantes. Segundo
Hubert (1967, p 199) para Sócrates “...a educação é coisa inteiramente
diferente de uma socialização, da integração de um espírito num sistema de
crenças feitas e estranhas à ele ...”, e completa afirmando que “...
toda educação verdadeira é auto-educação, cujo fim é permitir ao ser
encontrar-se a si mesmo ...”. Percebe-se aqui a preocupação com a formação
do indivíduo como um todo, ou seja, de maneira holística, não apenas a educação
através da simples transmissão do conhecimento de quem ensina ao que aprende.
Nesse contexto, a educação deve trazer, além do conhecimento, o crescimento
interior.
O maior discípulo de Sócrates, Platão, defendia uma sólida
formação básica, que evoluía a elevados estudos filosófico. Para se chegar a
esse nível de educação é necessário passar por uma educação básica,
preparatória, onde o indivíduo deveria desenvolver de forma harmoniosa o
espírito e o corpo. Analisando esses conceitos de forma mais aprofundada,
percebemos que Platão já previa o que atualmente a ciência comprova.
Platão acreditava que a educação das pessoas, ou seja, a
aquisição de conhecimentos, seria possível controlar certos instintos, como a
ganância e a violência. Daí podemos refletir sobre a educação que a escola
proporciona. É preciso educar o indivíduo para aumentar seus conhecimentos, mas
é preciso que essa educação seja oferecida somada à valores éticos e morais,
somente assim temos uma educação consistente. Platão foi o primeiro a pensar no
ideal da escola pública. Segundo Ferrari (2006, p. 13), “Baseado na idéia de
que os cidadãos que têm o espírito cultivado fortalecem o Estado e que os
melhores entre eles serão os governantes, o filósofo defendia que toda educação
era de responsabilidade estatal...”. Encontramos aí a origem da idéia da
escola pública, que hoje é uma realidade, porém se distancia dos ideais
defendidos por Platão.
Discípulo de Platão, Aristóteles defendia que a educação é
superior às leis e o circulo da ciência humana se concentra na educação. Para o
filósofo, a virtude deveria ser praticada para que o indivíduo se tornasse
virtuoso. Toda educação deve ser pública e direcionada para a virtude.