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sábado, 5 de maio de 2012

Em que consiste a “Teoria dos dois mundos” defendida por Platão?

A Distinção entre o Mundo das Idéias e o Mundo Sensível

Platão em seus estudos conheceu e se aprofundou nas teorias de dois dos maiores filósofos pré-socráticos, Heráclito de Éfeso e Parmênides de Eléia. Antagônicas entre si, Platão reconheceu certo acerto na filosofia de ambos os filósofos e procurou resolver o problema criando sua própria teoria. De Heráclito, Platão considerou correto  as percepções do mundo material e sensível, das imagens e opiniões. Para ele, a matéria era algo imperfeito, em constante estado de mudança. Concluiu, no entanto, que Parmênides também estava certo ao exigir que a Filosofia se afastasse desse mundo sensível, para ocupar-se do mundo verdadeiro, visível apenas ao puro pensamento. Com um toque de seu mestre Sócrates, de quem Platão aproveita a noção delogos, está criada a teoria platônica e a distinção dos mundos sensíveis e inteligíveis.
Afirma haver dois mundos diferentes e separados: 1) o mundo sensível, dos fenômenos e acessível aos sentidos; e 2) o mundo das ideias gerais (inteligível), "das essências imutáveis, que o homem atinge pela contemplação e pela depuração dos enganos dos sentidos".
Platão, assim, tenta superar a oposição de Heráclito à mutabilidade essencial do ser e a posição de Parmênides, para qual o ser é imóvel, relacionando o mundo das idéias ao ser parmenídeo e o mundo dos fenômenos ao devir  heraclitiano.
Para explicar melhor sua teoria, Platão cria no livro VII da República o mito da Caverna, segundo o qual imagina uma caverna onde estão os homens acorrentados desde a infância, de tal forma que não podem se voltar para a entrada e apenas enxergam uma parede ao fundo. Ali são projetadas sombras das coisas que se passam às suas costas, onde há uma fogueira. Platão afirma que se um dos homens conseguisse se libertar e contemplar a luz do dia, os verdadeiros objetos, ao voltar à caverna e contar as descobertas aos companheiros seria dado como louco.
No mito podemos associar os homens presos à população e o homem liberto a um filósofo. Os homens presos conhecem apenas o mundo sensível, já o liberto conheceu a verdadeira essência das coisas, conheceu o mundo das idéias.
Marilena Chauí define o pensamento socrático, para quem "o mundo sensível é uma sombra, uma cópia deformada ou imperfeita do mundo inteligível das ideias ou essências".
O mundo material, assim, somente se torna compreensível através da hipótese das ideias, mas tal afirmativa deixa em voga um problema, já que a existência do mundo das ideias não basta a si mesmo. É necessário admitir um conhecimento das ideias incorpóreas que antecedem o conhecimento fornecido pelos sentidos, que por sua vez, somente alcançam o corpóreo.

Disponível em: <http://plataofilosofogrego.blogspot.com.br/>. Acesso em: 05 mai. 2012




2 comentários:

  1. Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato permanente com dos tipos de realidade: A Sensível e a Inteligível.

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  2. O filosofo Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato direto com dois tipos de realidades: a inteligível e sensível, pois a primeira é a realidade imutável, igual a se mesma. Já a segunda corresponde a todas as coisas que nos afeta os sentidos, são realidades dependentes, multáveis, e são imagens da realidade inteligível.

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